Condições Ambientais


Principais Comportamentos a Adoptar

O condutor deve adaptar a velocidade de circulação às características do veículo, da via, às condições climatéricas e ambientais.

Se estiver a chover, ou se existirem poças de água na via, o condutor deverá circular a velocidade moderada. Desta forma poderá parar com segurança.

Relativamente às poças de água, o condutor deve ter o máximo cuidado por vários motivos:

  • Para não molhar os peões que circulam nos passeios perto da via.
  • Para que o veículo não se desvie da sua trajectória por ter passado por uma poça mais profunda do que previa.
  • Deve ter especial cuidado porque pode não se aperceber da profundidade ou das características dessa poça.
  • Depois de passar por um troço cheio de água, deve verificar a eficácia dos travões.

Quanto maior for a velocidade do veículo em pavimento molhado, as rodas empurram à sua frente a água que está no pavimento, provocando o que se chama aquaplanagem ou hidroplanagem. Nestas circunstâncias a segurança do veículo está seriamente comprometida, podendo derrapar e despistar-se.

Aquaplanagem

A aquaplanagem é a perda de aderência, resultante da formação de uma camada de água sobre a qual os pneus deslizam, produzindo um efeito semelhante ao de uma camada de lubrificante.
Isto acontece quando a velocidade é excessiva e as rodas não têm tempo para desalojar a água existente no pavimento e patinam sobre a sua superfície, o que faz perder quase completamente o domínio da direcção e dos travões.

Quando há geada ou está a nevar, cria-se uma camada de gelo vidrado sobre o pavimento, que o torna escorregadio quando sobre ele circula o veículo. Para permitir que o veículo possa rodar sobre a neve ou gelo, tem que se envolver as rodas motoras do veículo em correntes próprias para que se possam cravar e agarrar no gelo ou neve.

Nestas situações, deve-se levantar o pé do acelerador, não se deve travar nem mover o volante, esperando que o veículo diminua de velocidade e os pneus voltem a tomar contacto com o pavimento.

Quando estiver a chover ou o pavimento ainda continuar molhado, o condutor deve:

  • Reduzir a velocidade, adaptando-a às condições de aderência e de visibilidade.
  • Aumentar a distância de segurança.
  • Prever uma distância de travagem maior (a distância de travagem aumenta aproximadamente 50%).
  • Evitar acelerações e travagens bruscas.

Condução em Piso Molhado

Verifique regularmente os pneus…

Verifique sempre os pneus antes de seguir viagem. Não se esqueça de efectuar a seguinte manutenção de rotina:
– Mantenha os pneus com a pressão de ar correcta. A pressão de ar correcta para os seus pneus está especificada pelo fabricante do veículo e está indicada na soleira da porta do veículo e na tampa do porta-luvas ou tampa do depósito de combustível. Também se encontra no manual de instruções. O número indicado no flanco do pneu não é a pressão de ar recomendada para o seu pneu, é a pressão de ar máxima para o pneu. Deve verificar a pressão de ar dos pneus pelo menos uma vez por mês. Verifique a profundidade do piso dos pneus. A profundidade correcta do piso irá impedir as derrapagens e a aquaplanagem.

Reduza a velocidade.
À medida que a chuva vai caindo, esta vai-se misturando com a sujidade e óleo depositados na estrada, criando condições de aderência precária propícias a derrapagens. A melhor forma de evitar as derrapagens é reduzir a velocidade. A condução a uma velocidade menor permite que uma maior superfície do piso do pneu esteja em contacto com a estrada, possibilitando uma melhor tracção.

Saiba como recuperar de uma derrapagem.
As derrapagens podem acontecer mesmo aos condutores mais cautelosos. Se o seu automóvel derrapar, lembre-se de não carregar a fundo no travão. Não bombeie os travões se o seu automóvel estiver equipado com um sistema de travagem anti-bloqueio (ABS). Em vez disso, exerça uma pressão firme e constante nos travões e vire o automóvel na direcção da derrapagem.

Mantenha uma distância segura para o veículo que segue à sua frente.
A condução em piso molhado exige uma utilização suave de todos os comandos principais:
– Direcção, embraiagem, travões e acelerador, e uma maior tolerância para erros e emergências. Quando inicia uma viagem com chuva, os seus sapatos estão molhados e podem facilmente escorregar dos pedais. Limpe as solas nos tapetes de borracha do automóvel antes de colocar o motor em funcionamento. Todos os condutores devem verificar regularmente se os faróis, luzes traseiras, luzes de stop e indicadores de mudança de direcção estão a funcionar correctamente. A distância de travagem é três vezes maior em piso molhado do que em piso seco. Uma vez que é necessária mais distância para travagem, é importante não ir muito junto ao veículo que segue à sua frente. Mantenha um pouco mais do que o comprimento de dois automóveis entre si e o veículo que segue à sua frente.

Conduza no rasto dos pneus do veículo que segue à sua frente.
Evite utilizar os travões. Sempre que possível, reduza a velocidade retirando o pé do acelerador. Acenda os faróis, mesmo com chuva ligeira. Não só o ajudam a ver a estrada, mas também ajudam os outros condutores a vê-lo. Se o seu automóvel estiver equipado com luzes de condução diurna, deve acendê-las para que os veículos que seguem atrás de si possam vê-lo melhor.

Prepare-se para a viagem.
A condução em piso molhado exige uma utilização suave de todos os comandos principais:
– Direcção, embraiagem, travões e acelerador e uma maior tolerância para erros e emergências. Quando inicia uma viagem com chuva, os seus sapatos estão molhados e podem facilmente escorregar dos pedais. Limpe as solas nos tapetes de borracha do automóvel antes de colocar o motor em funcionamento. Todos os condutores devem verificar regularmente se os faróis, luzes traseiras, luzes de stop e indicadores de mudança de direcção estão a funcionar correctamente.

Aprenda a evitar e lidar com a aquaplanagem.
A aquaplanagem acontece quando a água à frente dos pneus se acumula mais rapidamente do que a capacidade do peso do seu automóvel em empurrá-la para fora do caminho. A pressão de água faz com que o automóvel suba e deslize sobre uma fina camada de água entre os pneus e a estrada. Nesta altura, o automóvel pode perder totalmente o contacto com a estrada e o condutor corre perigo de derrapar ou de sair da faixa, ou mesmo da estrada. Para evitar o aquaplaning, mantenha os pneus com a pressão de ar correcta, mantenha um bom piso nos pneus e substitua-os quando necessário, reduza a velocidade e mantenha-se afastado das poças de água. Tente conduzir nos rastos dos pneus dos automóveis que seguem à sua frente. Caso verifique a ocorrência de aquaplaning, não trave ou vire o volante repentinamente. Isso pode provocar uma derrapagem do automóvel. Solte ligeiramente o pedal do acelerador até que o automóvel reduza a velocidade e volte a sentir a estrada. Se precisar de travar, faça-o suavemente, bombeando os travões ligeiramente. Se o seu automóvel estiver equipado com ABS, trave normalmente; o computador do automóvel irá reproduzir a acção de bombagem, sempre que necessário.

Se a chuva passar a ser muito intensa, pare o automóvel!
A chuva forte pode sobrecarregar as escovas do limpa pára-brisas, permitindo uma camada de água quase contínua sobre o pára-brisas. Quando a visibilidade é tão limitada que as bermas da estrada ou os outros veículos não puderem ser vistos a uma distância segura, deve parar o automóvel e esperar que a chuva passe. É melhor parar nas áreas de repouso ou noutras áreas abrigadas. Se a berma da estrada for a sua única opção, afaste-se o máximo possível da faixa de rodagem e aguarde até que a tempestade passe. Mantenha os faróis acesos e acenda as luzes de emergência para alertar os outros condutores.

As primeiras chuvas tornam o piso muito escorregadio.
As primeiras chuvas fazem sempre com que a estrada esteja muito difícil de conduzir, uma vez que a lama e o óleo se misturam com a água, formando uma camada bastante escorregadia. É provável que os condutores sintam um menor controlo e são aconselhados e terem cuidados redobrados na primeira meia hora após o início da chuva.

O céu nublado reduz a visibilidade.
Tenha especial cuidado quando ultrapassar outros veículos.

Seque os travões depois de conduzir através de água acumulada na estrada.
Se tiver conduzido através de água acumulada suficientemente profunda para molhar as pastilhas dos travões, accione os travões ligeiramente para secá-las.

Não conduza com cansaço.
Pare o automóvel pelo menos de 2 em 2 horas ou de 160 em 160 quilómetros para descansar.

Como Evitar a Derrapagem

Sempre que em circunstâncias especiais reduzam excessivamente a aderência dos pneus ao pavimento, a condução exige algumas precauções especiais para evitar a derrapagens, entre as quais se recomenda que o condutor:

  • Movimente o volante da direcção com maior suavidade possível.
  • Não acelere nem desacelere com brusquidão.
  • Quando pretender parar o veículo, em vez de fazer uma travagem forte e contínua, faça uma série de pequenas e suaves travagens para evitar o bloqueio das rodas (actualmente os veículos estão equipados com ABS que evita este perigoso efeito).
  • Utilize velocidades de menor andamento, de modo a reduzir ao mínimo o uso dos travões.
  • Depois de reduzir de velocidade na caixa de velocidades, não solte o pedal da embraiagem repentinamente.

As derrapagens iniciam-se com os movimentos bruscos da direcção, dos travões e das acelerações do motor. Este perigo agrava-se quando a velocidade for exagerada. Se todas as acções da condução forem suaves, o perigo de derrapar é mínimo.

Como Corrigir a Derrapagem

Não existem soluções infalíveis que permitam corrigir o efeito produzido por uma derrapagem, mas os condutores com mais experiência concordam que, por vezes é possível conseguir a sua neutralização se, nesse momento, forem cumpridas algumas regras, nomeadamente:

  • Deixar de travar (embora exista sempre tendência para fazê-lo).
  • Não desembraiar (para que o motor prenda as rodas).
  • Rodar o volante para o mesmo lado que desliza a retaguarda do veículo.
  • Logo que o veículo comece a normalizar a sua trajectória, rodar o volante suavemente no sentido oposto para evitar uma segunda derrapagem em sentido contrário.

A derrapagem é uma situação anormal muito difícil de corrigir pelo que, é mais fácil e prudente evitar as razões que dão origem à mesma.

Neve e Gelo

A queda de neve reduz a visibilidade. Assim para melhor ver e ser visto, o condutor deve utilizar as luzes de cruzamento (médios) e, no caso de redução significativa da visibilidade, as luzes de nevoeiro à retaguarda. À frente o condutor pode utilizar as luzes de nevoeiro, em substituição ou para complementar as luzes de cruzamento.
O condutor deve ainda utilizar o sistema de ventilação (para evitar o embaciamento dos vidros) e, quando necessário, os limpa pára-brisas.

A presença de neve ou gelo sobre o pavimento, torna-o escorregadio, provocando assim, uma redução muito grande da aderência que, por vezes, chega a ser quase nula.

Nestas circunstâncias, o condutor deve:

  • Reduzir a velocidade, adaptando-a às condições de aderência.
  • Aumentar a distância de segurança.
  • Prever as paragens com bastante antecedência.
  • Evitar acelerações e travagens bruscas.
  • Verificar se existe sinalização que obrigue ou aconselhe à utilização de correntes de neve.

O condutor não se apercebe com antecedência da presença de gelo sobre o pavimento, motivo pelo qual deve estar especialmente atento, sobretudo quando circula em zonas habitualmente favoráveis à formação do mesmo.

Vento

O vento é a deslocação do ar atmosférico que, conforme a sua intensidade, pode influenciar a normal trajectória do veículo.
A maior ou menor influência do vento sobre a trajectória dos veículos, faz-se sentir em função da velocidade a que circulam, das suas dimensões e da carga que eventualmente transportem e o seu acondicionamento.

O vento lateral forte provoca desvios de trajectória, especialmente quando se passa de zonas abrigadas para descampadas, ou quando de ultrapassa ou cruza com outro veículo. O condutor para atenuar os efeitos provocados pelo vento, deve:

  • Reduzir a velocidade.
  • Segurar com mais firmeza o volante.
  • Estar especialmente atento, pois o vento forte pode arrancar ramos das árvores ou deslocar os mais diversos objectos.
  • Deixar um espaço lateral maior na ultrapassagem ou cruzamento com veículos de duas rodas.

Condução Nocturna

A condução nocturna é necessariamente diferente da condução diurna; é de noite que há mais riscos de ocorrência de acidentes. A condução nocturna resulta da conjugação dos seguintes factores:

  • O condutor
  • O veículo
  • Os outros utentes da via
  • As condições ambientais
  • Meio circundante

Assim, à noite, a maior monotonia da condução, a menor visibilidade (da estrada, das vias e dos outros utentes), a possibilidade de encandeamento e a diferente relação acção/reacção, são os factores que mais influenciam o condutor.
No que respeita ao veículo, as alterações do sistema de iluminação e a diminuição da capacidade da mesma podem influenciar negativamente a condução nocturna.

Quanto às condições ambientais, aos outros utentes e ao meio circundante, o nevoeiro, a pluviosidade intensa, a deficiente iluminação das localidades, a fraca visibilidade das bermas, dos peões e dos veículos de duas rodas, são os factores a ter em conta quando se conduz à noite.

Para manter uma condução nocturna segura, o condutor deve seguir as seguintes indicações:

  • Reforçar o cuidado evitando ingerir bebidas alcoólicas, e dar maior atenção ao seu estado de fadiga.
  • A acuidade visual nocturna está reduzida.
  • Deve verificar o sistema eléctrico do seu veículo e o estado de limpeza do pára-brisas, espelhos retrovisores e faróis.
  • Deve reduzir a velocidade nas localidades e se as condições atmosféricas o exigirem.

Aurora e Crepúsculo

No período em que o sol se apresenta na linha do horizonte, vulgarmente designado como “pôr do sol” ou “nascer do sol”, se a luz solar incidir directamente nos olhos do condutor, este tem enorme dificuldade em observar os pormenores envolventes, os obstáculos existentes na via e ainda em calcular a distância que o separa dos outros veículos.

Nestas situações o condutor:

  • Pode atenuar estes efeitos, utilizando dispositivos apropriados (palas) ou óculos de sol apropriados.
  • Deve reduzir a velocidade, adaptando-a às condições de visibilidade.
  • Não deve efectuar ultrapassagens que exijam a utilização da parte da faixa de rodagem destinada ao trânsito de veículos em sentido contrário, porque pode não dispor de visibilidade suficiente para realizar a manobra em segurança.

Encandeamento – Causas e Comportamentos

O encandeamento consiste numa diminuição da visão pelo facto dos olhos receberem um excesso de luz. Pode ser originado:

  • Pelas luzes de outro veículo que circula em sentido contrário, principalmente se circula com os máximos ligados, ou se as suas luzes estão mal reguladas.
  • Pelo reflexo no espelho retrovisor interior das luzes dos veículos que seguem na traseira.
  • Pelo sol, reflectindo em superfícies brilhantes, como superfícies de gelo, ou poças de águas, ou mesmo pelo sol reflectido no pavimento em certos dias de Verão.

Em caso de encandeamento provocado pelos faróis de outro veículo, o condutor deve evitar olhar para a luz que o incomoda, desviando o olhar para o pavimento. Deve reduzir a velocidade, ou se necessário encostar à berma e parar, tendo no entanto a preocupação de verificar se existem peões ou motociclistas que possam ser perturbados.

Se for encandeado pelo retrovisor, deve redireccioná-lo rapidamente para deixar de ter essa luz nos olhos.

Se for encandeado pelo sol, deve orientar adequadamente as palas de protecção do sol, e se necessário colocar óculos de sol.


Documentos para consulta:

Condução em condições meteorológicas adversas | O condutor e o veículo sob diferentes condições ambientais
Conduzir em Segurança | Conselhos para conduzir em segurança